Meu Tio, Jacques Tati, 1958. |
Troque-se a lágrima pelo sorriso, mas que se mantenha a dor.
Dez anos antes, um mesmo aconchego no reencontro das mãos, no sofrimento de
Vittorio De Sica, entre um pai e um filho. Da sociedade e dos hábitos morais,
novamente, a distância. De um sistema que gera seus ladrões com a tranquilidade
de primeiro roubá-los em seus prazeres, em seus laços, no sangue paterno que já
não se reconhece (pois se prefere o tio, os coleguinhas, os cães). Talvez seja
a cor que não permita o choro, em Tati, na recatada distinção que guarda diante
dos caleidoscópios de Sirk. Mas que seja por ela, e nela escondida, este
sentimento final de completude alcançada, de memória que não se perde. Pois não
se esquece a segurança da mão estendida.
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