Escravas do Desejo, Harry Kümel, 1971. |
Não apenas pelo melodrama sobrevive o vermelho no cinema,
mas Delphine Seyrig não deixa de se revestir com melancolia para encarnar o
vampirismo avesso à Marienbad, a constituir Les
Lèvres Rouges, escarlate desde o título. Uma presença de cor, uma
corporeidade da hipnose esta sua aparição como milenar condessa Bathory,
atravessando saguões e espaços aliançados às célebres protagonistas que viveu
com Resnais e Duras (India Song). Delphine
talvez seja esta desconhecida por quem todos nos apaixonamos em algum corredor
de hotel, este rosto lembrado de algum sonho, esta vontade de entrega e sedução
pelo que não se reencontrará no futuro, além da memória. Não há pescoço que lhe
resista.
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